EVA INOCENTE OU CULPADA?
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Eva nunca poderia imaginar que tanto tempo depois do episódio da maçã, ela seria uma das causas da ausência de orgasmo num grande número de mulheres.
Inocente ou culpada, o fato é que Eva aparece no Antigo Testamento, que começou a ser escrito em 1450 a.C., onde a primeira representação da divindade numa imagem de mulher (uma deusa da criação e manutenção da vida) foi substituída pela idéia patriarcal de um Deus como um pai autoritário e punitivo, que determinou que as mulheres são inferiores aos homens.
Na história da tentação de Eva pela serpente, incorporada pelos sacerdotes hebreus em 400 a.C, a cultura patriarcal livrou-se da Deusa - que era directamente associada à serpente - transformando-a na representação do mal, e fizeram de Eva e todas as mulheres o bode expiatório dali por diante. Um dos aspectos mais interessantes do mito de Adão e Eva foi o fato de terem percebido que estavam nus, o que faz uma ligação entre "o bem e o mal" e a sexualidade.
A conseqüência de conhecer o sexo é estabelecer uma separação entre sexualidade e procriação.
Deus introduziu inimizade entre a serpente e a mulher"(Gen. 3:15).
Quando o livro do Gênese foi escrito, a serpente estava claramente associada à deusa da fertilidade e a representava simbolicamente.
Por isso, Deus ordenou que a sexualidade livre e desimpedida da deusa da fertilidade fosse proibida para as mulheres, restando a elas a maternidade como única maneira possível de expressar sua sexualidade.
A sexualidade da mulher ficou limitada, então, por duas condições: deveria se subordinar ao marido e dar à luz na dor.
No decorrer do julgamento de Eva, muitas foram as interpretações na tentativa de elucidação do Grande Crime do Pecado Original.
Em quase todas, Eva seria a única responsável por todos os males, pois sua fraqueza teria provocado a expulsão do Paraíso - daí o veredicto que perdura até hoje! (continua)
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A cama na varanda, Regina Navarro LinsLivro consultado neste texto
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