Século XIX - A Era Vitoriana
(continuação de Inocente ou Culpada? Proíbido Porquê? Herança Maldita)
Até meados do século XIX, quando o amor ainda não fazia parte do casamento, havia uma regra para a vida do casal.
Era o dever conjugal a ser cumprido, principalmente na cama com finalidade de procriação.
Caso um dos dois cônjuges recusasse o ato sexual, recorria-se ao confessor que censurava e podia negar a absolvição e a comunhão. A sexologia aparece na segunda metade do século XIX. No livro Tratado sobre a impotência e a esterilidade no homem e na mulher , de 1855, o Dr. Roubaud , descreve o orgasmo nos seguintes termos catastróficos: "No orgasmo a circulação se acelera (...). Os olhos violentamente injectados, se tornam esgazeados (...). A respiração, ofegante e entrecortada em alguns, se suspende em outros (...). Os centros nervosos congestionados transmitem apenas sensações e volições confusas (...).
Os membros, tomados por convulsões e às vezes por caimbras, agitam-se em todos os sentidos ou se estendem e se enrijecem como barras de ferro;os maxilares cerrados fazem ranger os dentes, e algumas pessoas levam tão longe o delírio erótico que, esquecendo o companheiro de sua volúpia, mordem até sangrar um ombro que ali ficou incautamente abandonado. Esse estado frenético, essa epilepsia e esse delírio geralmente duram pouco. No entanto, bastam para esgotar as forças do organismo."
A descrição desse "filme de terror" devia ser para ninguém nem querer mais pensar no assunto.Na era vitoriana, sobretudo depois que a rainha Vitória ficou viúva, em 1861, a repressão sexual se intensificou. O prazer sexual das mulheres era inaceitável. A falta de desejo sexual era um importante aspecto da feminilidade.
O ponto de vista oficial da época foi bem expresso por um tal de Lord Acton, que escreveu: "Felizmente para a sociedade, a idéia de que a mulher possui sentimentos sexuais pode ser afastada como uma calúnia vil."
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