sexta-feira, junho 03, 2005

Necrologia do Verbo Amar



Amo
– lançando-se contra moinhos de vento gritava dom Quixote.
Amo
– envenenado de céus gritava Otelo.
Amo
–recostado em Ossian soluçava Werther.
Amo
– tremendo nas carruagens de Jasvin repetia Vronski.
Amo
– separando-se de Grusenka sonhava Dimitri Karamazov.
Amo
–brandindo a espada recitava Cyrano.
Amo
– regressando do comício sussurrava Jacques Thibault.
Amo
– gritaria também o herói de um romance contemporâneo,mas o autor não lho permite.

Não está na moda.
O amor já não é contemporâneo.

Izet Sarajlic