terça-feira, agosto 09, 2005




Escrevo já com a noite em casa.
Escrevo sobre a manhã em que escutava
o rumor da cal ou do lume,
e eras tu somente
a dizer o meu nome.
Escrevo para levar à boca
o sabor da primeira boca
que beijei a tremer.
Escrevo para subir às fontes.
E voltar a nascer.

Eugénio de Andrade