terça-feira, setembro 20, 2005

Instinto de Sobrevivência


Da maçã proibida que expulsou Adão e Eva do Paraíso, passando pela maçã irresistível que adormeceu Branca de Neve, até os saborosos cachos de uvas usados por Jack, o Estripador, para conquistar suas vítimas, muitos alimentos são personagens principais nas histórias de conquistas e sedução.
Isto sem falar nos banquetes servidos por Cleópatra aos homens que pretendia seduzir politicamente e nas orgias realizadas nos grandes banquetes das cortes européias, como a de Luis XIV, o Rei Sol, que misturava negócios e prazeres íntimos entre os pratos servidos.
Muitas expressões e metáforas ligam o amor ou o sexo à alimentação: apetite sexual, lua-de-mel, lábios de mel, alimentar a paixão, etc.
O clássico sobre a habilidade e a arte indianas do sexo e do amor, o milenar Kama Sutra, dedica quase um capítulo inteiro às comidas que podem aumentar o vigor sexual.

Apetite e sexo são os grandes motores da história, preservam e propagam a espécie, provocam guerras e canções, influenciam religiões, lei e arte. (...) Gula e luxúria, que tantas loucuras nos fazem cometer, têm a mesma origem: o instinto de sobrevivência

O que seria de nós sem o tempero da sedução gastronómica e sexual?

Do livro comida e sexualidade, Afrodite, Isabel Allende