sábado, setembro 24, 2005

Colchão eléctrico


Que noite, Serafim.
Que noite memorável!
Vinte vezes me vim e tu sempre prestável,
sempre em cima de mim, o cu a dar a dar
e eu num gozo sem fim, com ganas de gritar.
Que noite, Serafim.
Foi assim como um choque
sempre a correr por mim, a cona num bitoque,
a pedir mais chinfrim, gulosa do caralho
-fogoso berbequim em ardente trabalho.
Que noite, Serafim. Electrizante estado
de volúpia atingi até que te viestede cabelos em pé,
ofegando ao meu lado
dizendo em confissão
com ar triste de fado
-a merda do colchão
estava mal isolado.

Fernando Correia Pina
Obg Elena de Troia